terça-feira, 23 de abril de 2024

A leitura e seu poder transformador

 


Na minha infância, devorava livros como quem mata a sede em um dia escaldante. As páginas se transformavam em portais para mundos fantásticos, aventuras épicas e conhecimentos inimagináveis. Era como se cada palavra me fizesse crescer, me abrindo para novas realidades e me presenteando com um vocabulário cada vez mais rico.

Com o passar dos anos, confesso que a leitura foi ficando um pouco de lado. A correria do dia a dia, as responsabilidades da vida adulta, tudo parecia conspirar para me afastar daqueles mundos encantados que tanto me encantavam. Mas, em um momento de reflexão, decidi retomar esse hábito tão querido. E foi aí que redescobri a magia dos livros.

Foi como se estivesse acordando de um longo sono. As palavras fluíam com mais facilidade, minhas ideias se organizavam com mais clareza e a escrita se tornou uma fonte de prazer que eu havia esquecido. Senti como se meu cérebro estivesse se expandindo, absorvendo cada nuance da linguagem e me tornando mais capaz de me expressar com precisão e eloquência.

Mas a leitura não se limita apenas ao aprimoramento do vocabulário e da escrita. Ela também é um poderoso exercício para a mente, estimulando o raciocínio crítico, a criatividade e a capacidade de análise. Ao lermos diferentes autores e gêneros, nos deparamos com diferentes perspectivas, culturas e formas de pensar, o que nos torna mais tolerantes, abertos e preparados para lidar com os desafios do mundo.

Além disso, a leitura é uma fonte inesgotável de conhecimento e informação. Através dos livros, podemos aprender sobre qualquer assunto que nos interesse, desde história e filosofia até ciência e tecnologia. Podemos viajar para qualquer lugar do mundo sem sair do sofá, conhecer pessoas incríveis e vivenciar experiências que jamais seriam possíveis na vida real.

Então, se você está buscando uma forma de ampliar seus horizontes, enriquecer seu vocabulário e aprimorar sua escrita, eu te convido a mergulhar no mar de palavras que a leitura oferece. Descubra o poder transformador dos livros e deixe-se levar por histórias incríveis que te transportarão para outro mundo. Acredite: a leitura é um investimento que você jamais se arrependerá de fazer.


sexta-feira, 19 de abril de 2024

Povos Indígenas e a Urgência da Preservação Ambiental

 

Imagem: Wikipedia

    No dia 19 de abril, comemoramos o Dia dos Povos Indígenas, um momento para celebrar a vida, a cultura, o conhecimento e a resistência de nossos ancestrais que tecem uma sinfonia vital com a Terra. Mais do que uma data no calendário, esse dia é um convite para reconhecermos a interdependência profunda entre a humanidade e a natureza, e a importância crucial dos indígenas na preservação da nossa casa comum.

    Ao longo dos séculos, os povos indígenas desenvolveram uma profunda conexão com a natureza, tecendo uma relação de respeito e reciprocidade com a floresta, os rios, os animais e todos os seres vivos. Através de sua cosmovisão única, preservam saberes ancestrais sobre o manejo sustentável dos recursos naturais, técnicas agrícolas e um conhecimento profundo da flora e fauna.

    Nossos irmãos protegem áreas equivalentes a cerca de 20% do total de florestas brasileiras, contribuindo significativamente para a conservação da biodiversidade e a mitigação das mudanças climáticas. Sua presença é fundamental para evitar o desmatamento ilegal, a exploração predatória de recursos e a degradação ambiental.

      Essas florestas, por sua vez, regulam o clima e as chuvas de todo o país, impactando diretamente na alimentação, economia e qualidade de vida de todos os brasileiros.

      As Terras Indígenas desempenham  um papel  fundamental na preservação  da biodiversidade e na proteção do meio ambiente. Elas também são essenciais para a garantia dos direitos dos povos indígenas, incluindo sua cultura, identidade e modo de vida.

         É fundamental reconhecermos que a floresta em pé não beneficia apenas os indígenas, mas sim a todos nós. As florestas são os pulmões do planeta, absorvendo dióxido de carbono e liberando oxigênio, purificando a água e o ar, regulando o clima e fornecendo recursos essenciais para a vida humana.

    Ao protegermos as florestas, protegemos também a vida dos povos indígenas, que dependem delas para sua subsistência e a manutenção da sua cultura. É uma relação de interdependência profunda, onde ambos, florestas e povos indígenas, se nutrem e se fortalecem mutuamente.

    Neste dia, convido você a refletir sobre a importância de celebrarmos a vida, a cultura, o conhecimento e a resistência desses povos ancestrais. Que possamos honrar sua sabedoria, defender seus direitos e aprender com seus exemplos para construirmos um futuro mais verde, justo e sustentável para todos.

    Os povos indígenas não são apenas parte do nosso passado, mas também são peças essenciais para o nosso futuro, são nossos irmãos. Reconhecê-los e valorizá-los é um passo fundamental para construirmos um mundo mais harmônico com a natureza e com a diversidade cultural.

Registro aqui uma homenagem especial aos meus ancestrais, os Charruas – guardiões do Pampa Gaúcho!

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Gerson Vieira - poeta e cronista

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domingo, 14 de abril de 2024

Nesta data nasce o autor de "O Cortiço"

 


Pobreza, corrupção, injustiça, traição são elementos integram O cortiço, principal obra do Naturalismo brasileiro. Nela, Aluísio Azevedo denuncia as mazelas sociais enfrentadas pelos moradores de um cortiço no Rio de Janeiro no século XIX. É um romance que convida a analisar por meio da observação crítica do cotidiano das personagens a animalização do ser humano, questão que se mostra, mais do que nunca, atual.



 

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Entre Bits e Átomos: uma reflexão sobre o mundo real e o mundo virtual

 


Em tempos de telas reluzentes e conexões instantâneas, a linha que divide o mundo real do virtual se torna cada vez mais tênue. Mergulhamos em um mar de informações, onde o conhecimento se materializa em bytes e a comunicação transcende as barreiras físicas. Mas, nessa imersão digital, será que estamos perdendo de vista a essência da materialidade, a textura palpável da realidade que nos cerca?

No mundo virtual, tudo parece mais fácil, mais rápido, mais acessível. Com apenas alguns cliques, podemos navegar por bibliotecas colossais, explorar museus virtuais e até mesmo realizar experimentos científicos complexos. A informação, antes confinada a livros empoeirados e arquivos inacessíveis, agora dança na ponta dos nossos dedos, pronta para ser devorada a qualquer momento.

Mas, por trás dessa facilidade, existe um paradoxo: a desmaterialização do conhecimento. As enciclopédias volumosas deram lugar a buscas rápidas no Google, as cartas manuscritas foram substituídas por mensagens instantâneas e as fotos impressas migraram para álbuns digitais. A materialidade do conhecimento, outrora representada por objetos físicos, se dissolve no éter da internet, tornando-se intangível e efêmera.

Será que essa desmaterialização afeta nossa relação com o mundo real? Será que, ao nos acostumarmos com a instantaneidade e a acessibilidade do virtual, perdemos a capacidade de apreciar a riqueza da experiência sensorial? A textura de um livro antigo, o cheiro de um café fresco, o calor do sol na pele – essas são sensações que não podem ser replicadas em pixels e bytes.

É importante lembrar que o mundo real e o mundo virtual não são realidades distintas, mas sim faces complementares da nossa existência. Um complementa o outro, enriquecendo nossa percepção do mundo e expandindo nossas possibilidades. O desafio reside em encontrar um equilíbrio entre esses dois universos, aproveitando os benefícios de cada um sem nos perdermos em um ou outro.

No mundo virtual, podemos explorar infinitas possibilidades, conectar-nos com pessoas de todo o mundo e ter acesso a um universo de conhecimento sem precedentes. Mas, no mundo real, encontramos a beleza da simplicidade, a textura das coisas que nos cercam e a conexão profunda com a natureza e com os outros seres humanos.

Cabe a nós, portanto, navegar com sabedoria por esse mar de informações e experiências, reconhecendo o valor de cada mundo e cultivando um relacionamento saudável com ambos. Afinal, é na intersecção entre o real e o virtual que encontramos a verdadeira riqueza da vida: a união do conhecimento com a experiência, da informação com a emoção, da mente com o corpo.

Lembre-se: o mundo real não é apenas um complemento ao mundo virtual, mas sim a base fundamental da nossa existência. É no contato com a materialidade, com a natureza e com os outros seres humanos que encontramos a essência daquilo que nos torna humanos.

 Gerson Vieira - poeta e cronista

domingo, 7 de abril de 2024

Ziraldo, o Menino Maluquinho que encantou o Brasil, se despede aos 91 anos

Ziraldo, 2015 (wikipedia)

 


É com o coração apertado e a alma em luto que escrevo o primeiro post deste blog. A notícia que abalou o Brasil no dia 6 de abril de 2024 também me atingiu em cheio: Ziraldo, o pai do Menino Maluquinho, o cartunista que encantou e inspirou gerações, se despediu de nós aos 91 anos.

Inaugurar este espaço com uma notícia tão triste é algo que eu jamais imaginei. Mas, ao mesmo tempo, sinto que é uma forma de homenagear este artista que tanto fez pela cultura brasileira e que tanto marcou a minha vida.

Ziraldo, com seus traços marcantes, humor leve e olhar humanizado, influenciou gerações com suas obras que marcaram a infância de muitos. O Menino Maluquinho, com suas travessuras e questionamentos, deu voz à ingenuidade e à criatividade da criança que vive em cada um de nós.

Mas Ziraldo era muito mais do que o criador do Menino Maluquinho. Era cartunista, escritor, dramaturgo, jornalista e um observador atento da sociedade brasileira. Seus desenhos e charges, publicados em jornais e revistas, retratavam com humor e crítica a realidade do país, sempre com um olhar humano e esperançoso.

Sua obra extensa e premiada deixa um legado inestimável para a cultura brasileira. Ziraldo nos ensinou a ver o mundo com mais humor, leveza e criatividade. Seus personagens, como o Menino Maluquinho, a Flicts e o Bichinho da Maçã, continuarão a inspirar e encantar crianças e adultos por muitas gerações.

Hoje, enquanto o Brasil se despede de Ziraldo, guardamos em nossos corações a saudade e a gratidão por um artista que nos ensinou a sermos mais humanos, mais criativos e mais felizes.

Para mim, Ziraldo foi mais do que um autor. Foi um companheiro de infância, um amigo que me ensinou a ver o mundo com outros olhos. Seus livros me fizeram rir, chorar e pensar. Me inspiraram a ser mais criativo e a nunca deixar de lado a minha imaginação.

Obrigado por tudo. Você estará para sempre em meu coração.

Este blog será um espaço para homenagear a sua obra e o seu legado. Para celebrar a alegria e a esperança que você transmitiu através da sua arte. Para que as suas histórias e personagens continuem a inspirar e encantar pessoas de todas as idades.

Descanse em paz, Ziraldo.

Haicai do Perdão

             Perdoe-me Senhor pela minha ignorância, Perdoe-me Senhor pela minha arrogância, Perdoe-me Senhor pela minha falta de noção, Per...