Perdoe-me Senhor pela minha ignorância,
Perdoe-me Senhor pela minha arrogância,
Perdoe-me Senhor pela minha falta de noção,
Perdoe-me Senhor por ser humano.
Cultura, literatura e sociedade
Perdoe-me Senhor pela minha ignorância,
Perdoe-me Senhor pela minha arrogância,
Perdoe-me Senhor pela minha falta de noção,
Perdoe-me Senhor por ser humano.
Casa do Poeta de Canoas – sessão de autógrafos
24/11/2024 – 16 horas
Foi uma tarde maravilhosa, autografar cercado de amigos,
escritores e familiares é o sonho de qualquer pretenso escritor.
Tarde para ver Maria Rigo, Mari Rigo, Leonel Moraes,
Henrique Freitas, Walter K. Júnior e tantos outros que circularam no espaço.
A obra Vivências da Maturidade, organizada por Ancila Dani
Martins, reúne 62 escritores que escrevem sobre suas memórias afetivas nos
gêneros: poemas e crônicas.
Tive a honra de participar com a crônica “A Batalha dos
Aflitos”, para lembrar a memorável façanha do Grêmio FBPA, em 2005. Acompanhei o jogo no “bar
do Felipão” com o Marcos, meu filho. É nossa memória afetiva.
Falar do Antonio Jesus Pfeil, é Falar do Adorável Vagabundo, que veio ao mundo a prazer não a negócios. Um cara que trabalhava demais no que lhe dava prazer, o verdadeiro inventor do Ócio Criativo. Jesus não é sinopse, é um longa-metragem, digno do “E o vento levou”.
Cinema, cultura e livros eram seu mundo.
Um homem apaixonado pela família, Dona Leda e suas filhas e netos.
A partida de Jesus do plano terreno, não deve ser encarada com tristeza, mas sim com gratidão e com a saudade que está chegando.
Minha saudade será de sua alegria, irreverência e do grande legado que ele nos deixa.
Jesus é a “fita” de um grande filme, sua elegante trajetória nos fez sentir gratidão, seus livros deixaram a memória de nossa cidade para as futuras gerações.
Jesus não está partindo, apenas virou saudade, estará para sempre vivo em nossos corações.
Lembrarei de Jesus passando elegante pela passarela da cabeça em direção ao Paço Municipal, ao Café do Amadeu, entre outros lugarejos de Canoas. Esse passeio poderia demorar horas, pois encontrar pessoas e um bom papo era o seu grande prazer.
O importante eram as pessoas, fosse um grande político ou um transeunte qualquer. A atenção, dada, era igual para todos e todas.
Esse homem, ganhador de vários kikitos em Gramado, prêmios em diversos festivais e de obras literárias sobre vários assuntos.
Jesus resolveu tirar férias definitivas de seu Ócio Criativo.
Vá em paz adorável Vagabundo e mande lembranças para o outro Vagabundo, chamado Charlie Chaplin.
Jesus foi um homem que soube viver a vida, trabalhar no que lhe dava prazer e tudo isso com uma elegância despreocupada.
Nosso Jesus, o verdadeiro, está partindo para outro filme, chamado A Gratidão e a Saudade.
Vá em Paz Jesus Bonito.
À família enlutada, não fiquem tristes, apenas aplaudam o último ato deste grande vulto de nossa Canoas.
Gratidão meu bom amigo.
E finalmente você morreu dormindo, como sempre dizia quando lhe perguntavam:
– Oi Jesus, como estás?
– Estou bem, não morri dormindo!
Ele se foi, mas deixou viva sua grande história.
Não chorem, Jesus não iria gostar disso em seu último ato, só aplaudam!
JESUS O IRREVERENTE
Nasceu em Nova Santa Rita, então segundo distrito de Canoas, em 7 de outubro de 1939. Veio para Canoas com um ano de idade. Fez seus estudos iniciais no Centro Educacional La Salle e no Ruy Barbosa, em Porto Alegre. De acordo com ele mesmo: “foram obrigados a passá-lo, pois, ninguém o aguentava mais” (risos aqui).
Após passar pelo serviço militar (foi obrigado) na Base Aérea de Canoas, o nosso cineasta “caiu no mundo”, em busca do que realmente lhe interessava, já que não tinha vocação para profissões liberais ou similares.
Foi mordido pelo encanto cultural, as “artes” eram uma tentação irresistível. Teatro, cinema e a literatura mexiam com suas fantasias. Em 1960 deu com os costados no Teatro São Pedro, trabalhando como ator no “Teatro Brasileiro das Comédias”, ao lado de Leonardo Villar, Nathalia Timberg e Benedito Corsi, dirigidos por Flávio Rangel. O maluco beleza foi parar no Rio de Janeiro, palco cultural, nos Estúdios Herbert Richers, no auge do cinema brasileiro, em que despontava o movimento do “cinema novo”. Seu aprendizado foi com Roberto Farias, Carlos Hugo Cristense e dos americanos Douglas Fawley e George Grahen.
Foi um período muito fértil para Jesus, com partição em diversos filmes, como assistente.
Mas, a saudade de Canoas e de Dona Leda eram muito fortes, ele voltou. Casou com um “expressivo estardalhaço”, as filas de carros vinham da igreja matriz até o casarão dos Longoni, morada da noiva, na Santos Ferreira.
Em 1966, a pesquisa cinematográfica, passou a ocupar a vida diária de Antonio Bonito. Seu tempo era dedicado com publicações em jornais e revistas de maneira a revelar novos subsídios à História do Cinema Brasileiro. Isso lhe valeu o reconhecimento do difícil crítico e pesquisador Paulo Emílio Salles, de São Paulo.
Neste tempo, Jesus, o verdadeiro, participou do início da televisão no Rio Grande do Sul. Como ator colocou seu rosto na tela da TV Gaúcha (RBS) no “Grande Teatro Tevelar”. Eram os tempos da ditadura, embora inquieto e contundente, Jesus passou sem que lhe dessem, azar deles né?
Em 1973, o Festival de Gramado convidou Jesus para ser jurado. No ano seguinte dirigiu “Cinema Gaúcho dos anos vinte”, foi sua primeira premiação no festival. A partir daí foram diversos prêmios, Jesus é um campeão em Kikitos. Foram diversas participações como em: “Um homem tem que ser morto”, de Davi Quintans e Geraldo Del Rey; “Um Certo Capitão Rodrigo”, de Anselmo Duarte. Em 1974, representou o RS no “IV Encontro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro”, durante a XXVI reinião da Sociedade Brasileira para p Progresso da Ciência, na Universidade de Recife.
Poderia seguir enumerando toda a história e o legado de Antonio Jesus Pfeil, mas ficaria enfadonho e ocuparia o espaço de uma enciclopédia.
Não é o que queremos.
Só queremos dizer, obrigado adorável vagabundo do Ócio Criativo.
Matéria originalmente publicada no site Notícias da Aldeia -> https://noticiasdaaldeia.com.br/morre-o-cineasta-historiador-e-escritor-antonio-jesus-pfeil/#comment-3062
Refletindo sobre a Importância da Cultura Afro-Brasileira
Hoje, mais do que nunca, é essencial refletirmos sobre a
importância de reconhecer e valorizar a cultura afro-brasileira. Este dia nos
convida a revisitar a história e a celebrar a rica herança cultural que os
afro-brasileiros trouxeram e continuam a trazer para o nosso país. Um dos
símbolos mais poderosos dessa resistência e luta é Zumbi dos Palmares, cuja
vida e legado representam a força e a determinação de um povo que nunca
desistiu de lutar por liberdade e justiça.
Zumbi dos Palmares é um ícone da resistência negra contra a
escravidão no Brasil. Ele liderou o Quilombo dos Palmares, uma comunidade de
escravos fugitivos que resistiu bravamente contra as forças coloniais por quase
um século. A história de Zumbi é um testemunho da resiliência e coragem dos
afro-brasileiros, que enfrentaram adversidades inimagináveis para preservar sua
liberdade e identidade cultural. Celebrar Zumbi é celebrar a luta contínua por
igualdade e reconhecimento, uma luta que ainda ressoa fortemente nos dias de
hoje.
Além de Zumbi, a cultura afro-brasileira se manifesta de
inúmeras formas, desde a música e a dança até a culinária e a religião. Essas
expressões culturais não apenas enriquecem a diversidade do Brasil, mas também
nos lembram da importância de honrar e respeitar as contribuições dos
afro-brasileiros para a nossa sociedade. É crucial que, como sociedade,
continuemos a promover a inclusão e a valorização dessas culturas, reconhecendo
seu papel fundamental na formação da identidade brasileira.
Este dia é apropriado para refletirmos sobre o passado, reconhecer as lutas e conquistas dos afro-brasileiros e nos comprometermos a construir um futuro mais justo e inclusivo. Que possamos todos nos engajar nessa jornada de valorização e respeito, celebrando a rica tapeçaria cultural que os nossos irmãos teceram e continuam a tecer em nossa sociedade.
O Atentado e o cidadão de bem
Gerson
Vieira*
As explosões na Praça dos Três
Poderes reverberam além dos estilhaços e do medo. Elas ecoam como um sino de
alarme, alertando para um cenário cada vez mais sombrio e complexo que paira
sobre o Brasil. A violência, antes vista como um problema distante ou
circunscrito a determinados grupos, agora se manifesta no coração da democracia
brasileira, atacando os símbolos máximos do poder e da justiça.
É preciso ter clareza: esse
ato não é um fato isolado. Ele é a ponta de um iceberg que revela uma série de
problemas profundamente arraigados na sociedade brasileira. O avanço da extrema
direita, com suas retóricas de ódio e disseminação de fake news, tem criado um
ambiente de polarização e intolerância que fragiliza os laços sociais e
alimenta a violência. A proliferação de discursos conspiratórios e a adesão a
ideologias extremistas, muitas vezes amparadas por setores religiosos como o
neopentecostalismo, têm radicalizado parcela significativa da população,
tornando-a suscetível à manipulação e à incitação à violência.
A transformação do Brasil em
um narcoestado é outro fator que agrava a situação. O crime organizado, com
seus tentáculos cada vez mais longos, infiltra-se em todas as esferas da
sociedade, corrompendo instituições e manipulando o poder político. A disputa
pelo controle do tráfico de drogas e de outras atividades ilícitas gera um
clima de insegurança e violência que se espalha por todo o território nacional.
O atentado em Brasília pode
ser um caso isolado, o ato desesperado de um indivíduo desequilibrado. Mas
também pode ser o início de um processo mais amplo de desestabilização da ordem
democrática. A história nos mostra que a violência política, uma vez desencadeada,
é difícil de controlar. A espiral de ódio e vingança pode levar a um ciclo de
violência que coloca em risco a própria existência da nação.
Diante desse cenário, é
urgente que a sociedade brasileira abra os olhos e se mobilize para enfrentar
os desafios que a afligem. É preciso combater a disseminação do ódio e da
intolerância, fortalecer as instituições democráticas e promover o diálogo entre
as diferentes forças políticas. É fundamental também investir em políticas
públicas que promovam a justiça social, a inclusão e a igualdade de
oportunidades, combatendo as raízes da violência e da criminalidade.
O
Brasil está à beira de um precipício. A escolha é nossa: mergulhar no caos ou
construir um futuro mais justo e democrático. A responsabilidade por esse
futuro é de cada um de nós.
* poeta e cronista, ex-secretário de Cultura do PT no
Paraná
@gersonlvieira
39º FEIRA DO LIVRO DE CANOAS - SESSÃO DE AUTÓGRAFOS
Convido você para prestigiar nossa sessão de autógrafos. Participo dos dois livros. Será na Praça da Emancipação em Canoas-RS. Amigos e parentes serão benvindos. Se quiser adquirir um livro, o custo é de 50 reais. Ajude a divulgar!
@gersonlvieira
https://www.instagram.com/p/DCRg1zguZfu/?igsh=MXdsYnFmZm82bjg0Yw==
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Imagem: campanha do desarmamento |
A imagem de um homem armado, dentro de sua própria casa, transformando um lar em um campo de guerra, ecoa como um grito desesperador. O tiroteio em Novo Hamburgo, que ceifou vidas inocentes e deixou um rastro de dor e sofrimento, é um retrato cru das consequências desastrosas da flexibilização do porte de armas no Brasil.
A
tragédia em questão não é um caso isolado, mas sim um dos muitos exemplos de
como a proliferação de armas de fogo em mãos de civis pode se voltar contra a
sociedade. O atirador, com arsenal particular e registro de CAC, transformou
sua própria casa em um arsenal, colocando em risco não apenas sua família, mas
também os policiais que tentavam conter a situação.
A fala do presidente Lula,
expressando sua solidariedade às vítimas e criticando a distribuição
indiscriminada de armas, ecoa em um coro crescente de vozes que clamam por um
debate mais aprofundado sobre a questão. A tragédia de Novo Hamburgo serve como
um doloroso lembrete de que a facilidade de acesso a armas de fogo não garante
a segurança, mas sim a aumenta o risco de violência.
É
preciso compreender que a posse de armas não é um direito absoluto, mas sim um
privilégio que deve ser concedido com cautela e acompanhado de rigorosas
medidas de controle. A experiência de outros países demonstra que o aumento do
número de armas em circulação não leva à redução da criminalidade, mas sim ao
aumento de homicídios, suicídios e acidentes.
A imagem de um policial, que
deveria proteger a sociedade, sendo morto em serviço, é um dos aspectos mais
chocantes dessa história. A morte do soldado Everton Kirsch Júnior é um símbolo
do risco que os profissionais de segurança pública correm em um país com leis
frouxas sobre o porte de armas.
A
tragédia de Novo Hamburgo nos convida a refletir sobre o tipo de sociedade que
queremos construir. Um país onde a violência impera e a vida humana é
desvalorizada, ou um país onde a paz e a segurança sejam prioridades? A
resposta a essa pergunta está nas nossas mãos, e a decisão de restringir o
acesso a armas de fogo é um passo fundamental para construir um futuro mais
seguro para todos.
É preciso que a sociedade civil
se mobilize e exija dos nossos representantes políticos medidas efetivas para
combater a violência armada. A flexibilização do porte de armas foi um erro, e
a tragédia de Novo Hamburgo é a prova cabal disso. É hora de voltarmos atrás e
adotarmos políticas públicas mais rigorosas, que priorizem a vida e a segurança
de todos os cidadãos.
A dor das famílias das vítimas e a comoção da sociedade diante dessa tragédia não podem ser em vão. Que a memória de Everton Kirsch Júnior e de todas as vítimas da violência armada sirva como um alerta para que possamos construir um país mais justo e seguro para todos.
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Gerson Vieira, poeta e cronista
Perdoe-me Senhor pela minha ignorância, Perdoe-me Senhor pela minha arrogância, Perdoe-me Senhor pela minha falta de noção, Per...